O gladiador arnesado soergue a viseira; de longe fita com órbitas
ocas os írios de Alfos e o saúda, inclinando a fronte devagar.
Altaneiro, escudado pelos írios de reatâncio, semblante nobilíssimo,
Alfos responde com rápido gesto igual, pois não teme o Senhor da
Morte! O reflexo dos dois lampeja nas calotas da Laranja. O estato
é geível! Clausar maquinalmente freia a Nau de Géon aquém do
meio da linha por onde a Sagres e a motoquadriga se preparam
para correrem, uma contra a outra, no embate fatal! O geóctone
não atira a psiconave entre os contendores, nem reataca o gladiador:
sente profundamente o desejo de Alfos de não ser ajudado: o
lampardo quer este momento de luta só para si. A Laranja espaciona...
Umalfos não são tenros feito geóctones e terráqueos: sua constituição
privilegiada permite-lhes, e aos rijos monoceros, não falecerem sob
despressurização. Porém, umalfo e monocero morrerão asfixiados,
se permanecerem alguns tríntados sem o díox vital. Alfos empunha
o chicote de cabo reatâncico e trança de télio, zurze-o no ar, inspira
fundo, fustiga a parede frontal da Sagres, e nela se abre o abisso!
O ar expele a quadriga de monoceros e seu desguarnecido condutor
para a frente, enquanto a navícula é lançada para trás. E atrás está
o vórtice. E à frente está a motoquadriga. E a motoquadriga arranca!
Uivam turbinas vorazes! Brandem rédeas e télios estirados! Irmã
da soturna guilhotina, a viseira mutila e encarcera o vão olhar! O
gladiador flagela feroz o nada! E o nada encolhe-se dorido até
a quadriga, equilibrada pelo jugo hábil de Alfos, açoite estalejando
no espaço estampidos ecoados na mente! As luzes coloríficas
intensam-se e refluem furiosas, sincronizadas à multípede
ondulância dos sanhudos monoceros, qual se os propelissem.
Os austeros lábios cerrados e as narinas contraídas do nariz
adunco de Alfos reprimem a expiração, e o lampardo sabe:
se expirar perderá a última sístole de seu coração
titânico, e a consciência apagará
no esquecimento...

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