- Olá, Terrar! Como vai aí, nessa lesma?... e, para espanto do
terráqueo, seus olhos passam a acompanhar o deslocamento
de um disco simples, refulgente nas calotas de reatâncio, nos
anéis de enerfrátax e no alvíssimo bordo de ataque do
volante, a caracolar ao redor da 337,
em seu eixo de avanço.

- Caramba! Isso aí em órbita é a Laranja?
- pergunta Terrar, meio zonzo.

- Em um quarto de aceleração Gravitor... Como é? A 337 não
passa dessa marcha de trigiróscopa? Chamam essas
coisinhas de "velocípedes" na Terra; não é?...

- Só estou aquecendo os motores... Espere aí! - e, para surpresa
de Rá e do bio, a 337 entra no vácuo mens da Laranja e alcança
num estato a mesma velocidade, apesar de não ter recursos
de motor para competir coa ritmonave de Clausar.

- Parabéns, Terrar! Por essa eu não esperava...

- Na Terra também temos corridas, meu Amigo!...

- Biapíííííííííí! - faz a bia por sua conta,
assanhadíssima com a velocidade!

"- Biapíííííííííí!"?!? Tal expressão não consta...

- Deixe pra lá, bio! Pelo iriado, essa bia tem muito a ensinar a
você! - e o enkinho aciona à mão o comando Ionomag!

Doze jactos de gás saem dos ductos dos reatores, formando os
dois iônelos. Rá desliga a polarização das calotas; e os anéis
iônicos liberam-se rapidamente para trás. Num estato, atingem
a 337, colada à Laranja; e a onda de choque atira a nave de
Terrar para fora da rota, ao transpor-lhe o disco, o triângulo e
o leme. A 337 deriva em arco parafusado e perde a velocidade,
obtida às custas da sucção mens e da esperteza do tridéltico...

- Deixe estar, Rá!... Nem concluímos a volta ao redor da estrela.
Esta Você ganhou, mas ainda terei revanche! - diz
Terrar na tela PSID, espacionando a 337.

- Quando Você quiser... Não há, nunca houve, nem vai haver
páreo para a Laranja; na espira ou fora dela!... - responde
ancho o enkinho, dando a volta e emparelhando lado a lado
coa bela nau de Terrar. A 337 ainda fumega, rodeada pelos
restos gasosos dos iônelos. Como não há em cima e embaixo
no espaço, os gases desprendem-se com o calor e voltam
a fluir junto à fuselagem, sem terem lugar
melhor para onde serem atraídos.

- Os pêntios podem escutar essa baboseira sobre a
Laranja!... - responde o terráqueo,
ainda na gozação.